sábado, maio 22, 2010

MEA-CULPA



MEA-CULPA

Insensato no que digo, eis meu inferno,
Impetuoso na forma em que me expresso
Vou morrendo nos rompantes em que externo
Meus recônditos anseios, meus excessos.

Por guardar dentro do peito um sentimento
Um desejo de tamanha intensidade
Foi que cedi à insensatez, num vil momento,
E me matam minha culpa e veleidade.

Morro ainda mais por arrependimentos
Do que pelos sentimentos que me instigam
Duelam, dentro de mim, dois pensamentos
De ternura e de avidez que sempre brigam.

Vou, sem corretivos que desfaçam gestos,
Engolindo o fel deste arrependimento
Digerindo os erros, deglutindo os restos
Da perversão que engendrei e ora lamento.

Pois não há qualquer pedido de perdão
Que logre justificar o que foi feito
Nem borracha que desmanche um tal borrão
Nem lenitivo que me sane a dor do peito.

É na tolice já feita que reside
A vergonha que encarcera-me e devora
A luz que já brilhou, e turba-me a lide
Em que o ontem vai tragando o meu agora.

Foi movido por paixão inveterada
Por intenso turbilhão excitativo
Que irrompi verbologia imoderada
E sou presa da recordação que vivo.

Eu cravei no sonho lânguido um punhal
Que me leva a cometer, entristecido,
Suicídio de um romance angelical
Que no meu peito jazeu sem ter nascido!


Oldney Lopes©

quinta-feira, maio 13, 2010

ORAÇÃO DO ABRAÇO


ORAÇÃO DO ABRAÇO


Há braços fortes para que se dê
Abraços fortes entre outro e você.
Abrace sempre, e haverá de ter
De Deus abraços a lhe proteger.

Unamos, nos abraços, os vigores,
E nos abraços repartamos dores.
É neste gesto de aproximação
Que coração bate com coração.

Que a cada dia brotem alegrias,
Nascidas dos abraços de amizade,
E a Paz abrace toda a humanidade.

Sejamos gratos por viver os dias
Num mundo encantador no qual há braços
Dispostos a unirem-se em abraços!
Oldney Lopes©

terça-feira, maio 04, 2010

MORRER DIVERSOS



Morri estando vivo no vazio
Pela idéia que já nasce bloqueada
É quando a mente, ansiosa, está no cio
E as mãos, pesadas, não escrevem nada

E morro ainda mais quando é estiagem
Que domina a minha alma desbotada
Sem solo fértil, sem qualquer aragem
Nenhuma idéia brota: a mente é nada

Não há receio de morrer um dia
Mas de viver sem rima e sem poesia
Pois morro é pelo que jamais vivi

Morro de idéias pra sempre perdidas
Morro de escritas que não serão lidas
Morro dos versos que nunca escrevi.

Oldney Lopes©

domingo, maio 02, 2010

CANTIGA DE BEMQUERER


(TRATADO DE ACORDAR)

Quero fazer com você
Um tratado de bem-querer
Negócio de amor e êxtase
Contrato de ser feliz

Eu te dou meu sentimento
Participo com sorrisos
Entro com afagos e beijos
Com minha alma apaixonada
O corpo pleno de anseios
E o coração de esperança

Entro com toda bondade
O tempo da eternidade
A suavidade das nuvens
O brilho de ouro do sol

Assim, se eu merecer
Você vai me amanhecer
Fazer da vida cinzenta
Tratado de a cor dar

Basta você me querer:
Levo todo o meu amor
Ofereço o meu licor
O vinho do meu prazer

Você participa de graça
Traz apenas sua taça      
Pois tudo o que quero é você!
 
Oldney Lopes©

Oldney Lopes - Poeta

Minha foto
Mineiro, poeta, economiário, graduado em Letras, psicopedagogo, orientador de finanças pessoais.
Visite meu site: www.oldney.net