"Pois que então tento entender do ser e do não ser qual a questão" Oldney Lopes
sábado, dezembro 08, 2007
ORAÇÃO DE NATAL
(ode às virtudes)
Que no natal
Não faltem sonhos
Já que os sonhos impulsionam nossas vidas
Que no natal
Não falte a educação
Já que, educada, a humanidade prospera
Que no natal
Não falte a caridade
Porque com caridade, cessarão todas as fomes
Que no natal
Não falte o respeito
Porque havendo respeito, a convivência será harmônica
Que no natal
Não falte a fraternidade
Porque irmanados, não faremos guerras
Que no natal
Não falte a solidariedade
Porque solidários, nos fortaleceremos
Que no natal
Não falte dignidade
Vez que, havendo dignidade, seremos, de fato, humanos
Que no natal
Não falte amizade
Porquanto havendo amizade, não haverá solidão
Que no natal
Não falte o perdão
Pois havendo perdão, não haverá vinganças
Que no natal
Não falte a esperança
Pois havendo esperança, buscaremos, constantemente, novas alegrias
Que no natal
Não falte o amor
Pois reinando o amor, o ódio não terá lugar
E que as virtudes se espalhem
Por todos os dias
E por todas as criaturas
Para que todos os dias sejam
Verdadeiramente
Natal.
Amém!
Oldney Lopes ©
POESIA NA INTERNET
Brota do íntimo do coração
Oldney Lopes ©
segunda-feira, junho 11, 2007
O GRITO DO ESPELHO
No casarão antigo
Da memória
Ficou perdida
Num canto embolorado
De algum quarto escuro
A minha infância
Vagando pelo corredor deserto
Procuro-a com ansiedade
Mas em cada cômodo que entro,
Ao transpor cada porta
O que vejo é um espelho
A mostrar-me, impiedoso,
Gritando com seu silêncio,
Que a infância está morta.
Oldney Lopes
DE NOVO, O ESPELHO
Ele se põe em minha frente
Tento aboli-lo dos meus versos
Mas ele sempre ressuscita
Na morte das inspirações
E no velório das rimas
É tudo o que há de novo
É tudo o que há, de novo
Mostra-me indagações
Para as quais talvez
Eu não queira respostas
Eu nunca sei se ele está
Gritando verdades doloridas,
Sussurrando ironias atrevidas
Ou bendizendo mentiras desejáveis
Talvez a voz dele
Seja o eco da minha voz
No vazio que há entre nós
Num duelo interminável
Defrontamo-nos:
Ele com imagens
Eu com imaginações
Ele com reflexos
Eu com reflexões
Algum de nós com aparências
Algum de nós com transparências
Do brilho dele contra a minha opacidade
Entre o ilusório e a realidade,
Entre o delírio e a sanidade,
Fantasiamo-nos de rei e plebeu
E eu decreto:
Morte ao espelho,
Que o rei, aqui, sou eu!
Oldney Lopes
domingo, maio 13, 2007
segunda-feira, março 26, 2007
SOB GRILHÕES
O que o peito arfante geme em vão
Ou que um insano e breve gesto imite
A voz que se aprisiona ao coração
É necessário um rabiscar na areia
Um derramar de tintas pelo chão
Verter todo o vermelho que há na veia
Para expressar com veemência um não
É necessário um caminhar penoso
A lama, o charco, o pantanal lodoso
Rasgar o chão que abre e se incendeia
Pois sendo prisioneiro, sou tinhoso
Se mandam-me tiranos, sou teimoso
E viro sol se apagam-me a candeia
Oldney
domingo, março 25, 2007
ENFRENTAMENTO
Mesmo prevendo trágico desfecho
Nem masoquismo em exaltar derrotas
Quando o que vale é dar-me às tentativas
É que ao perder levo no peito a chaga
Aberta pelas clavas da batalha
Como medalha que ostentada encerra
Os méritos da dor de haver lutado
Prefiro, então o tilintar e os lustres
Das lâminas rasgando vento e derme
E o irreversível golpe de uma espada
Prefiro ser repasto dos abrutres
A adormecer incauto junto aos vermes
Na fria escuridão do eterno nada
segunda-feira, março 12, 2007
Houve uma época, na aurora da minha vida, em que sonhava sonhos impossíveis. Não distantes. Impossíveis. Sonhava-os com a certeza de que seriam realizados. Houve uma época em que, inocentemente, imaginava ser viável um mundo sem maldades, uma vida sem dores, uma sociedade sem brigas, uma existência sem lágrimas. Corri atrás desses sonhos. Investi neles meu tempo, meu vigor, minhas forças, minhas convicções. Percorri os dias mágicos da infância, os anos turbulentos da adolescência, as décadas pesadas da idade adulta. Hoje, nos séculos filosofais da maturidade, percebo que toda a ciência que pude colecionar, e que é quase nada, embora seja imensa, não conseguiu esfacelar meus sonhos. É que agora, não tão inocentemente quanto antes, ainda sonho com aqueles dias cantados e encantados por Lennon em "Imagine". Fico pensando se o encanto irá se quebrar na velhice. Creio que não. Creio, mesmo, que a velhice jamais chegará, pois é essa tola e bendita insistência em sonhar sonhos impossíveis que me faz prosseguir como uma criança, que trota numa vassoura acreditando ser o heróico cavaleiro do conto de fadas. Prefiro acreditar, então, que são sonhos distantes, porque, enquanto pensar assim, continuarei a persegui-los e a investir meu tempo, meu vigor, minhas forças, minhas convicções.
E como esse tipo de sonho parece não ser coisa de pessoas maduras, é minha infância que não acabou. É minha vida que, embora tenha andado a largos passos, continua no princípio. É a sábia conveniência da certeza de que o sol irá se pôr um dia, mas a aurora da vida deverá durar por toda a existência...
Oldney Lopes
domingo, fevereiro 18, 2007
TIESPERO
Teu amor para o meu coração
E respiro, por todos os ares
Esse amor com paixão, compaixão
Pois espero me dês de presente
No presente um futuro de a-dois
Um amor pra viver loucamente
Nosso tempo diagora-e-depois
Tiamarei, miamarás todavida
Tiadorando o ficar-a-teulado
Declinando o caminho da lida:
O meu mais-que-perfeito passado.
Mas, incauta e insensível, conjugas
Com desdém o verbo nãotiquero
E, teimoso, ignoro tuas fugas,
E tiespero, tiespero, tiespero.
É assim que conjugo, sozinho
O infinito do verbo “tiamar”
Na primeira e única pessoa
Do mais-que-singular.
Oldney
segunda-feira, fevereiro 12, 2007
FERIDADE
Entre leões e tigres, e verei
Se neles posso achar a piedade
Que entre peitos humanos não achei”
(Camões – Os Lusíadas – Episódio de Inês de Castro)
Arrastado em alta velocidade
Pelo asfalto do chão da estupidez
É meu próprio coração que sangra
É meu próprio peito que sofre
É minha alma que clama por socorro
Sou eu que morro.
Atada ao desapiedado nó da perversidade
Quem sofreu? Quem penou? Quem morreu?
Presa ao cinto da crueldade insana,
Quem jaz? Eu?
Quem jazeu foi a dignidade humana!
Oldney
Um desabafo, por Sônia Prazeres
Sônia Prazeres
QUEBRAMAR
A sabedoria é onda
E o vento?
É muralha em movimento
Pensamento em revolução
Tentando jogar-me
Na rocha firme da certeza
E eu resistindo
E insistindo
Em permanecer
Nas ondas revoltas
Do mar bravio
Da dúvida eterna
quarta-feira, janeiro 31, 2007
ORFANDADE
Ai, esse fado, esse fardo!
Quantas mães eu tenho a dar-me à luz?
Quantas dão-me ervas, dão-me cruz?
Sinto-me, entretanto, vil, bastardo!
Ai, esse fado, esse fardo!
Ai, essa flexa, essa pecha!
Quais avós disputam-me, atrozes?
Quantas línguas dão-me suas vozes?
Quantas cores tenho, em cada mecha?
Ai, essa flecha, essa pecha!
Ai, essa dança, essa lança!
Quantos atabaques batucar?
Quantos bravos mares navegar?
Pero, vai, camiña, i non alcança...
Ai, essa dança, essa lança!
Ai, esse euro, esse ouro!
Quanto chão eu planto, e o fruto some!
Quanto pão fabrico, e passo fome!
Quanto sou arado, sou laboro!
Ai, esse euro, esse ouro!
Ai, minha mãe ingratérrima,
Ai, minha mãe portugália,
Ai, minha mãe menininha,
Quem me tinha? Quem me tinha? Quem me tinha?
Ai, minha mãe portunhola,
Ai, minha mãe euroásia,
Ai, minha mãe Pindorama,
Quem me ama? Quem me ama? Quem me ama?
Ai, tantas mães que me querem
Ai, madrastas que me ferem
Ai, quero a mãe língua-pátria!
Ai, minha mãe que me usa
Que me manda, que me abusa,
Dá-me a luz,
Dá-me à luz,
Dá-me à lusa!
Oldney
Pueril
Teu perfil
Tão sutil
Colorido
E garrido
No pomar
A brilhar
Amanhã
De manhã
Vem aqui
Me acordar
Quero ouvir
Teu cantar
Pousa aqui
Bem-te-vi
Oldney
terça-feira, janeiro 30, 2007
AMBISONHOS
Junte ímpetos e caprichos
Gulas e ânsias
Ganas e ganâncias
Monte uma escada
E suba para o nada.
segunda-feira, janeiro 29, 2007
CHÃO DE NUVENS
CHÃO DE NUVENS
Eram de pedra os sonhos que eu sonhava
Firmes e fortes como rocha imensa
Eram matéria sólida e tão densa
Quanto era fraco o chão em que eu pisava
Um edifício sólido e seguro
De rochas firmes eu tentava erguer
Sem, no entanto, sequer perceber
O chão onde eu plantava o meu futuro
E vi que era no céu que eu erigia
Todo o porvir e toda fantasia
E fico perguntando o que restou
O que sumiu, o que ficou faltando?
O chão de nuvens, que pisei sonhando...
O céu de pedras, que desmoronou!
Oldney
domingo, janeiro 28, 2007
OS PALHAÇOS
Nesse céu sereno em que te encontras
Nesse mar de calma e de tranqüilidade
Nessas alturas de onde tudo vês
Dessas vertiginosas altitudes
Em que tens a teus pés homens e mulheres
Quem fitas?
A quem abençoas?
Para quem abres os braços?
Miras, porventura, o mar de infortúnio?
Enxergas o rio de sangue que escorre no asfalto quente?
Vês a torrente de suor e lágrimas que vertem no chão de fábrica?
No solo em que pisamos e vivemos
A serenidade sobrevoa, e só proporciona sombras
A calma e a tranqüilidade dão lugar à iniqüidade e ao desespero
Do nosso chão, o que vemos, o que temos, o que lemos?
É o agito que domina
É a tirania que impera
É o trabalho forçado que impõe
É o medo que ronda
É a encosta que desmorona
É a cratera que se abre
É a avenida inundada
É o dinheiro que falta
É a fome que sobra
Da altura em que te encontras,
Ergueste a tenda embocada para o solo
Mas nós, os palhaços,
Fomos deixados do lado de fora:
O picadeiro são as nossas vidas
E tu, que sobrevoas os céus
E pousas no planalto,
Sobes à tribuna,
E recitas o teu sermão:
Abençoados sejam os palhaços
Porque a eles serão dados pão e circo.
Oldney Lopes
terça-feira, janeiro 16, 2007
GAIA
Todo o segredo das entranhas das montanhas
Vai carregando em correntezas, a lavar
Ardis e iras, desamores, ódios, sanhas
O rio joga, em profundezas abissais
As excrescências desumanas dos humanos
Depois despeja em autoclismos colossais
O sangue, a guerra, o fel, o abuso dos tiranos.
O rio engole a dor, as sobras e o rejeito
Das agonias, do desprezo e do abandono
Que serpenteiam pelas curvas do seu leito
Até que sejam vomitados no oceano.
O mar infindo rasga o ventre e abre os braços
Recebe o rio e acolhe e louva e limpa e lava
Transpira bálsamos, na vastidão do espaço
Transforma em nuvem desavença, açoite e clava
O mar, de boca aberta, assopra e abençoa
E faz, do céu, a gigantesca embarcação
Que vai levar aos continentes, pela proa
As nuvens de pureza e de sublimação.
O vento carinhoso chega e estende a mão
Sustenta, forte, toneladas de água pura
Abana, esparge, espalha em toda a imensidão
Semeia chuvas de alegria e de ternura.
A chuva, lenitivo, é dádiva do céu
Que rega o chão sedento e faz brotar sorrisos
Transforma o solo seco num doce vergel
Recria, a cada dia, um novo paraíso!
Oldney Lopes
segunda-feira, janeiro 15, 2007
SONETO AO TEMPO
Nos joga a vida ao tempo, ao nada, ao léu
Como se jogam dados, aos milhares:
Ingênuos Ícaros, subindo ao céu.
A vida é presente, e ele é dado
É dado que jogamos ao futuro
Pagando para ver o resultado
Que pode ser tão bom quanto obscuro.
Correndo vive o tempo, em vôo alado
Também correndo eu vejo, deprimido,
O tempo que ora vivo e já é passado:
O ontem, que passou sem ser vivido
O hoje, tão incerto e não sabido
E o amanhã, que se foi sem ter chegado.
Oldney
domingo, janeiro 14, 2007
DO LADO DE FORA DO RELÓGIO
Acordei sobressaltado: havia perdido a hora. Olhei de relance para o relógio da mesa de cabeceira e pulei da cama. Tomei um banho apressado e, quando fui colocar meu relógio no pulso, notei que não estava funcionando. Droga. Coloquei-o no bolso para levá-lo, quando tivesse tempo, ao relojoeiro. Na cozinha, olhando rapidamente para o relógio da parede, percebi que não teria tempo para o desjejum. Já no carro, no percurso entre Brumadinho e Ibirité, empreendendo toda a velocidade que a prudência e a sensatez permitiam, conferia, de minuto em minuto, o relógio, no painel. Num determinado momento, entretanto, constatei que já não havia nada a fazer: tinha perdido o compromisso.
Olhei para o lado e vi a Lagoa da Petrobrás. Uma paisagem serena, sossegada, bonita. O brilho dos primeiros raios do sol refletindo nas águas, o verde ao redor, os pássaros... Abri o vidro do carro e senti a brisa fresca da manhã. Reduzi a velocidade, entrei por um caminho que se ofereceu à minha frente. Parei.
Incrível. Havia anos e anos que passava todos os dias, duas vezes ao dia, naquele lugar, e nunca percebera tamanha beleza, tamanha paz. Sintonizei o rádio do automóvel. Tirei da estação de notícias, passei para uma emissora de músicas. Aumentei o volume. Saí do carro. Na relva baixa que cobria o solo, percebi um objeto que brilhava e, aproximando-me, percebi ser um relógio. Um relógio de bolso, prateado, aberto ao tempo. Aberto ao tempo, pensei. E vem uma borboleta, e pousa sobre o relógio. Fiquei sem saber se o tempo é o relógio parado no chão... Se é a borboleta... Se sou eu parado olhando os dois.
Fiquei ali pensando: quando paramos muito para olhar as horas, é sinal de que a vida anda atribulada, os afazeres andam sobrando, o tempo anda faltando...
Quando nos preocupamos muito com o relógio, é porque o tempo urge, as tarefas, as metas, as obrigações não podem esperar. Então fica aquela sensação de que estamos sempre correndo, sempre com pressa, sempre atrasados: o mundo parece ser um imenso relógio, que nos dita o ritmo, que nos dirige a vida. Parece que os homens estão todos encarcerados dentro desse descomunal relógio-mundo, pendurados nos ponteiros que giram celeremente, presos dentro do mostrador, agarrados nos números, prensados nas engrenagens.
Às vezes é necessário que ocorra algum fato inesperado, alguma surpresa, para cairmos na realidade e vermos que o mundo não está dentro do relógio.
É preciso saltar para fora da roda gigante, e parar para ver que podemos criar o nosso tempo. Temos, sim, os controles da máquina do tempo.
Aquele relógio, no meio do mato... Não. Não foi de alguém que perdeu o relógio. Foi de alguém que encontrou o tempo. Sabe o que fiz? Peguei no bolso meu velho relógio, joguei-o no mato, o mais longue que permitiram as forças do meu braço. Tirei os sapatos, abri a camisa, fiquei ali ouvindo música, sentindo a natureza. Quer saber por quanto tempo? Por todo o tempo que existiu naqueles instantes: todo o tempo do mundo. Depois voltei para casa, fui ler, escrever, esquecer.
Sabe, acho que tempo é a borboleta, é a relva, é a brisa fresca da manhã. É também trabalho. Mas é prazer, é lazer, é viver. O resto... bem... quem corre é o resto, não é o tempo. Quem corre somos nós. O tempo, veja só, está aí, à nossa disposição. A partir daquele dia, passei a ter uma certeza: a vida, meu amigo, está do lado de fora do relógio.
(Oldney)
foto: "Everlasting Time", de futiLE. Disponível em: http://www.olhares.com/everlasting_time/foto924723.html
ORAÇÃO PARA INICIAR O HOJE
"Hodierna curo tantum: quis cras futura novit?"
(Anacreonte / Schottus, Adagialia Sacra 15)
Que minha vida seja só de hojes
Hojes que se foram
Hojes que virão
Hojes que ora vivo
E, no dia de hoje, muitos hojes.
Não hojes existências de sucessos
Mas hojes sucessões de existências.
Quero a-cor-dar um lindo hoje a cada dia:
Que seja um hoje a cada tempo do viver
Pois hoje é instante único de ser.
Que eu viva cada hoje com maestria
Que eu ame um novo hoje a cada dia
Que eu busque hoje o que eu jamais fiz
Por isso, hoje, ainda hoje, e só por hoje,
Quero ser plenamente feliz!
Oldney
SONHAR
Cúmplice da magia de sonhar,
Fecho os olhos
Estendo o manto etéreo das imaginações
E adormeço para o mundo.
Busco aventuras
Invento ilusões
Descubro fantasias.
Passeando por todos os caminhos que traço,
Desenho flores nas encostas,
Semeio pássaros nos ventos,
Acendo estrelas na escuridão.
Suponho-me deus,
Flutuo nas águas,
Vôo às montanhas,
Caminho no céu,
Volito nas nuvens,
Danço na lua,
Pela manhã,
Volto ao meu planeta
Escorregando nos primeiros raio de sol
Derramo luz pelo horizonte
E tinjo de dourado toda a paisagem que a visão alcança.
É assim,Cúmplice da magia de sonhar,
Que verdadeiramente vivo.
E quando acordo,
Cúmplice da magia de viver,
Verdadeiramente eu sonho!
(Oldney)
Oldney Lopes - Poeta
- Oldney Lopes
- Mineiro, poeta, economiário, graduado em Letras, psicopedagogo, orientador de finanças pessoais.