sábado, outubro 07, 2006

DOMINGO MINEIRO

Ouço o chiar da frigideira ao fogo
Sinto o aroma do alho sapecando
E aqui na mesa, a cachacinha e o jogo,
Um violão, um cantador tocando.

Lá na cozinha, mãos habilidosas,
Em fios finos vão cortando a couve
Na sala, a dona, enquanto ajeita as rosas,
Canta a canção, que embevecida ouve.

Vêm o amigo, o compadre, o vizinho,
Trazendo muito riso e algum agrado,
Um queijo, um doce, a pinga, o torresminho,
E vão se aprochegando, lado a lado.

A mesa, agora posta, une essa gente,
Em torno da comida e da bebida.
Enquanto a prosa corre alegremente
Festeja-se a amizade, em brinde à vida.

Batata doce, assada no borralho,
Tutu, arroz soltinho, e vêm com gabo
O angu e a costelinha, a couve ao alho
E a galinha caipira com quiabo.

Depois a sobremesa e o cafezinho
O sono, a paz, o cochilo ligeiro
Vai cumprindo-se, assim, devagarzinho,
Todo o sabor de um domingo mineiro.


Oldney

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Oldney Lopes - Poeta

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Mineiro, poeta, economiário, graduado em Letras, psicopedagogo, orientador de finanças pessoais.
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